Sábado, 04 de Maio

MP poderá pedir afastamento de cargos em Ceres, após irregularidade nas vacinas contra a covid-19

Publicado em 11/02/2021 às 21:29
Ceres

 

 O Ministério Público de Goiás (MP-GO) já identificou ao menos 20 pessoas que fingiram atuar em hospitais de Ceres para serem vacinadas contra a Covid-19. Segundo o órgão, unidades de saúde são suspeitas de fraudar  documentos para que familiares fossem imunizados. Os investigados podem pagar multa de R$ 50 mil cada pela ‘furada de fila’.

 

O promotor de Justiça Marcos Alberto Rios explicou que após denúncias de moradores da cidade, além de publicações nas redes sociais de jovens sendo vacinados, mesmo não integrando o grupo prioritário de imunização. A partir das denúncias, o MP solicitou a lista dos vacinados no município.

 

O documento só foi disponibilizado 10 dias após o pedido. Ao analisar a lista, o promotor percebeu que muitas pessoas conhecidas na cidade haviam sido vacinadas de forma irregular.

 

Segundo o promotor, “Clínicas de oftalmologia e nutrologia, que não atuam no combate à Covid-19, receberam parte das 814 doses da vacina contra o coronavírus. O erro já começou aí. Os donos desses locais se aproveitaram disso e colocaram os parentes como sendo servidores das unidades para serem vacinados, mas essas pessoas nunca atuaram nos hospitais”, comentou.

 

 

Crimes e multa

 

Ainda conforme o promotor, os donos de hospitais e os ‘fura-filas’ podem responder na Justiça pelo crime de peculato, cuja pena é de até 12 anos de prisão. Ele alega, no entanto, que vai propor um acordo em que os envolvidos terão de pagar R$ 50 mil para não serem processados, assim como ocorreu em Pires do Rio. O valor será destinado ao Fundo Municipal de Saúde.

 


Em entrevista a TV Anhanguera filiada a TV Globo,  a prefeitura de Ceres informou em nota, nesta quarta-feira (10), que vai investigar a denúncia sobre pessoas vacinadas fora do plano de vacinação. 'Os gestores vão apurar as possíveis irregularidades e se houve participação de servidores do município', diz a nota.


A investigação aponta falhas em duas frentes: dos hospitais que incluíram os nomes de familiares de médicos na lista de funcionários e da prefeitura por enviar a quantidade de doses pedida pelos hospitais sem verificar os nomes listados e deixar de fiscalizar posteriormente a aplicação da vacina.

 


Marcos  Rios, disse que poderá pedir o afastamento da secretária de saúde, e da coordenadora de Vigilância Epidemiológica.

 

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