Publicado em
11/02/2021
às 21:29
Ceres
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) já identificou ao menos 20 pessoas que fingiram atuar em hospitais de Ceres para serem vacinadas contra a Covid-19. Segundo o órgão, unidades de saúde são suspeitas de fraudar documentos para que familiares fossem imunizados. Os investigados podem pagar multa de R$ 50 mil cada pela ‘furada de fila’.
O
promotor de Justiça Marcos Alberto Rios explicou que após denúncias de
moradores da cidade, além de publicações nas redes sociais de jovens sendo
vacinados, mesmo não integrando o grupo prioritário de imunização. A partir das
denúncias, o MP solicitou a lista dos vacinados no município.
O
documento só foi disponibilizado 10 dias após o pedido. Ao analisar a lista, o
promotor percebeu que muitas pessoas conhecidas na cidade haviam sido vacinadas
de forma irregular.
Segundo
o promotor, “Clínicas de oftalmologia e nutrologia, que não atuam no combate à
Covid-19, receberam parte das 814 doses da vacina contra o coronavírus. O erro
já começou aí. Os donos desses locais se aproveitaram disso e colocaram os
parentes como sendo servidores das unidades para serem vacinados, mas essas
pessoas nunca atuaram nos hospitais”, comentou.
Crimes
e multa
Ainda
conforme o promotor, os donos de hospitais e os ‘fura-filas’ podem responder na
Justiça pelo crime de peculato, cuja pena é de até 12 anos de prisão. Ele
alega, no entanto, que vai propor um acordo em que os envolvidos terão de pagar
R$ 50 mil para não serem processados, assim como ocorreu em Pires do Rio. O
valor será destinado ao Fundo Municipal de Saúde.
Em entrevista a TV Anhanguera filiada a TV Globo, a prefeitura de Ceres informou em nota, nesta quarta-feira (10), que vai investigar a denúncia sobre pessoas vacinadas fora do plano de vacinação. 'Os gestores vão apurar as possíveis irregularidades e se houve participação de servidores do município', diz a nota.
A
investigação aponta falhas em duas frentes: dos hospitais que incluíram os
nomes de familiares de médicos na lista de funcionários e da prefeitura por
enviar a quantidade de doses pedida pelos hospitais sem verificar os nomes
listados e deixar de fiscalizar posteriormente a aplicação da vacina.
Marcos Rios, disse que poderá pedir o afastamento da secretária de saúde,
e da coordenadora de Vigilância Epidemiológica.
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