Publicado em
17/08/2025
às 19:26
Ceres
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Ceres, ofereceu denúncia contra um casal de namorados que realizou um aborto e causou a morte de uma estudante de 20 anos em um motel na cidade de Ceres. Os dois foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado e aborto provocado.
Gabriela Patrícia de Jesus Silva, que engravidou após um breve relacionamento com um dentista, foi levada ao local por ele e pela atual namorada dele, que era técnica de enfermagem, para fazer um aborto ilegal no dia 1º de agosto deste ano, com o consentimento da vítima.
A denúncia foi oferecida pela promotora Bárbara Olavia Scarpelli e, segundo ela, o casal realizou o procedimento no quarto de um motel em Ceres, utilizando uma substância de forma inadequada e perigosa. O medicamento, adquirido em cápsulas para uso oral, foi diluído em soro fisiológico e administrado por via intravenosa na vítima, método que é contraindicado e considerado de alto risco por conta das complicações que pode causar. Entre elas estão: choque anafilático, arritmias cardíacas, hemorragia e morte.
Após a aplicação de doses imprecisas da substância, Gabriela apresentou sucessivas convulsões, além de paradas cardiorrespiratórias. A partir daí, os acusados transportaram a vítima até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceres, mas ela já chegou inconsciente e em estado gravíssimo ao local e morreu.
Segundo o Ministério Público, o crime foi praticado com uso de substância análoga a veneno. Isso porque o produto de uso oral, quando diluído e aplicado de forma intravenosa, é capaz de provocar a morte. Os acusados foram denunciados pelos crimes previstos no artigo 126 (aborto provocado) e artigo 121, parágrafo 2º, inciso III (homicídio qualificado), ambos do Código Penal, em concurso material.
A promotoria requereu ainda a fixação do valor mínimo de R$ 50 mil a ser pago por cada acusado como reparação pelos danos morais e materiais causados aos familiares da vítima,
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