Publicado em
23/01/2022
às 18:47
Nova Crixás
O caminhoneiro Junio Vagner Moura
Gomes, que está preso, foi condenado a 40 anos de prisão pela morte de um
pedreiro e tentativa de feminicídio contra a ex-mulher, em Nova
Crixás, cidade no norte goiano. A sentença foi dada após júri popular realizado
na sexta-feira (21). Defesa do detento informou que recorreu da decisão. A reportagem foi produzida pelo g1 Goiás.
Segundo a denúncia contra Junio,
o condenado matou o pedreiro Gilvan de Jesus com um tiro e depois baleou a
ex-esposa, a professora Gleide Batista dos Santos, com a mesma arma.
A denúncia descreve que o
caminhoneiro cometeu os crimes após Gilvan curtir uma foto de Gleide nas redes
sociais. Junio confessou os crimes à Polícia Civil ao se entregar em
fevereiro de 2020.
As investigações apontaram que,
mesmo estando separado da mulher há cerca de dois anos, Junio não aceitava o
fim do relacionamento e agia por ciúmes. A professora já tinha uma medida
protetiva que o impedia de se aproximar dela – ordem judicial que ele
desrespeitou ao tentar matá-la, segundo as acusações.
A sentença, assinada pela juíza
Marianna de Queiroz Gomes, condena Junio pelos crimes de:
Homicídio
Tentativa de feminicídio
Ameaça
Porte ilegal de arma
Descumprimento de medida
protetiva
As penas somadas dão total de 40
anos de prisão. Além disso, a magistrada também determinou duas indenizações:
R$ 300 mil para a Gleide e R$ 400 mil para família de Gilvan.
Professora Gleide Batista dos Santos baleada no rosto após ex matar pedreiro que curtiu foto dela — Foto: Gleide Batista dos Santos/Arquivo Pessoal
Crimes e confissão
Gilvan foi morto e Gleide baleada
no dia 13 de fevereiro de 2020. A mulher foi socorrida e levada para o Hospital
de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde ficou internada
até se recuperar dos ferimentos.
Três dias depois, Junio se
apresentou à polícia em Goiânia, ocasião na qual foi cumprido o mandado de
prisão temporária expedido pela Justiça contra ele.
"Ele alega ter matado e
tentado matar exclusivamente em razão de ciúmes. Há 15 dias ele teria tomado
conhecimento que sua ex estaria namorando com a vítima falecida, o que teria
gerado nele um sentimento de ódio exacerbado", afirmou o delegado Rilmo
Braga à época da prisão.
Segundo o delegado, após o crime,
a arma foi jogada em um rio. Depois, porém, o suspeito pediu para que o próprio
pai pegasse o revólver e apresentasse à polícia.
Em depoimento à Polícia Civil,
Junio contou que soube do relacionamento de Gleide e Gilvan ao ver nas redes
sociais que ele "passou a curtir as fotos dela". Disse ainda que,
apesar de separados, "nunca deixou de gostar" da ex-mulher.
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