Quinta-feira, 14 de Agosto

Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de jovem em Ceres após aborto consentido

Publicado em 11/08/2025 às 17:46
Ceres

A Polícia Civil de Ceres concluiu, nesta sexta-feira (8), as investigações sobre a morte de Gabriela Patrícia de Jesus Silva, ocorrida em 8 de agosto de 2025. De acordo com o inquérito, a jovem teria morrido em decorrência de um procedimento de aborto consentido, supostamente realizado por um odontólogo — apontado como possível pai da criança — e por uma técnica de enfermagem, atual namorada do investigado.

Segundo as apurações, a vítima foi buscada pelos suspeitos em um clube da cidade e levada para um motel. No local, foi administrado o medicamento ocitocina, inicialmente manipulado em cápsulas para uso oral. Parte da substância teria sido diluída em soro e aplicada de forma intravenosa, o que provocou convulsões e a perda de consciência da jovem. Ela foi levada à UPA de Ceres em parada cardiorrespiratória, sendo reanimada após 20 minutos de manobras, mas não resistiu.

Dentista tira foto durante aborto que matou jovem em Ceres — Foto: Divulgação/Polícia Civil

O inquérito aponta que, após a confirmação da gravidez, a vítima e o investigado tentaram adquirir o medicamento Cytotec, sem sucesso. Em seguida, pesquisaram sobre o uso da ocitocina como abortivo e solicitaram a manipulação de 30 cápsulas da substância.

Durante as diligências, a Polícia Civil ouviu policiais militares que atenderam à ocorrência, funcionários do motel, profissionais de saúde da UPA, familiares da vítima, e anexou aos autos laudos médicos, exame cadavérico e relatórios da extração de dados dos celulares envolvidos.

Medicamento utilizado no aborto 

Com base nas provas, os dois suspeitos foram indiciados por aborto com consentimento e homicídio com dolo eventual, crimes previstos nos artigos 126 e 121, §2º, inciso III, combinados com o artigo 18, inciso I, do Código Penal. Para a polícia, ambos, por serem profissionais da área da saúde, tinham conhecimento dos riscos do uso inadequado do medicamento e, mesmo assim, o administraram por via não indicada, assumindo o risco de provocar a morte da vítima.

 

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