Publicado em
19/06/2025
às 18:41
Brasil
Os gastos do gorverno federal no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva têm avançado em ritmo quase duas vezes superior ao crescimento da arrecadação, que já registra alta expressiva. A tendência, segundo projeções oficiais, deve se manter em 2026, o que pode levar a um colapso nas contas públicas a partir de 2027, com risco de “shutdown” – situação em que o governo fica sem recursos para custear serviços básicos.
De acordo com dados da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, e do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do Tesouro Nacional, a receita líquida da União – já descontadas transferências para estados, municípios e outras obrigações – teve crescimento real de R$ 191,3 bilhões desde o início do atual mandato, devendo chegar a R$ 2,318 trilhões neste ano. No mesmo período, os gastos federais aumentaram R$ 344 bilhões, com previsão de atingirem R$ 2,415 trilhões em 2025.
Com essa diferença entre receitas e despesas, a expectativa é que o governo encerre o próximo ano com um déficit primário equivalente a 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB), já considerando o pagamento de precatórios. Esse desequilíbrio deve contribuir para a elevação da dívida pública, um dos principais indicadores de solvência fiscal do país. Estimativas da IFI apontam que, ao final dos quatro anos de mandato, a gestão Lula deverá adicionar cerca de 12 pontos percentuais ao endividamento.
Para tentar frear a deterioração fiscal, o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, tem buscado novas fontes de arrecadação. Entre as medidas em estudo ou já propostas estão a tributação de investimentos atualmente isentos, o aumento da carga sobre as apostas esportivas, ajustes em impostos de fintechs e uma revisão nas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), com uma elevação mais moderada após resistência do Congresso à proposta inicial.
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