Publicado em
15/06/2025
às 15:16
Em Goiás
Indústrias farmacêuticas que desenvolvem remédios para impotência masculina estudam uma espécie de aranha cujo veneno ficou famoso em razão de um de seus efeitos colaterais: ereções involuntárias e prolongadas, conhecidas como priapismo. Trata-se da aranha armadeira, que pode ser encontrada em Goiás e em outros estados do Cerrado, da Mata Atlântica e do Pampa.
Em Goiás, o Hospital Estadual de Doenças Tropicais (HDT) é referência no tratamento de acidentes com aranhas, incluindo a armadeira. Em 2024, o HDT registrou 323 atendimentos de casos de picadas por aranhas. A espécie com maior número de casos foi a aranha-marrom (Loxosceles), com 115 casos; seguida por aranha-armadeira (Phoneutria), com 58.
Dados divulgados pelo HDT em fevereiro desse ano projetavam um aumento de 235% nos acidentes com aranhas em território goiano na comparação com 2024.
As armadeiras são encontradas com mais frequência em bananeiras, mas também buscam abrigo em sapatos, móveis, entulho e materiais de construção. Rogério Bertani, pesquisador do Instituto Butantan, explicou em entrevista ao UOL que o priapismo geralmente ocorre em casos graves, e em adultos pode permanecer entre uma e duas horas. Outras consequências possíveis são dor intensa, taquicardia e edema pulmonar.
Recomenda-se lavar a área afetada com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente. Deve-se procurar primeiro uma unidade básica de saúde, para que aí então o paciente seja encaminhado à rede estadual.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2023 foram notificados no Brasil 23.868 casos de picadas causadas pela aranha-armadeira, com 13 mortes.
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