Publicado em
24/03/2019
às 19:06
Foram meses de pesquisa e agora o acadêmico Evando Nunes Júnior, pode apresentar sua inovação.
O jovem de 23 anos, graduando do quarto período do curso de Medicina em São Paulo, criou um simulador de Reanimação Cardiopulmonar que instrui, interage e avalia as compressões cardíacas por sinais luminosos e sonoros. O simulador oferece recursos semelhantes aos de grandes marcas alemãs, mas por um preço quatro vezes menor.
O simulador já tem três frentes de pesquisa na Universidade Nove de Julho em São Paulo e um projeto social envolvido. Como detalhou o estudante, o simulador tem capacidade para interagir com os alunos por meio do seu sistema de som acoplado à boca, sinalizar a profundidade ideal das compressões por sinal luminoso e guiar a frequência das compressões por sinal sonoro, ou seja, o simulador conversa com o aluno guiando-o e favorecendo um ensino dinâmico e eficaz.
“Eu espero que esse projeto instrua muitas pessoas e as tornem capacitadas para salvarem vidas”. O estudante chegou em São Paulo há dois anos para estudar e trouxe a essência do projeto a partir de uma experiência em seu Estado de origem: Goiás. “Aos 20 anos de idade quando ainda estava no pré-vestibular, uma criança sofreu um engasgo (OVACE) à minha frente e eu a ajudei com a manobra de Heimlich, que é específica para salvar pessoas nesses casos, mas logo depois ela teve uma parada cardíaca e eu não soube fazer nada. Mantive-a em meus braços até que o SAMU chegasse, mas ela não tinha mais sinais de vida”
Além disso, suas pesquisas e experiências no Estado de São Paulo possibilitaram com que ele concluísse que a melhor maneira de salvar vidas seria treinando as pessoas para isso. Isso segundo ele, dá-se porque o SAMU demora em média 16 minutos para atender às urgências e uma pessoa em Parada Cardiorrespiratória a cada minuto de demora da Reanimação Cardiopulmonar, as chances de sobrevida caem 10%.
Após muitos estudos e experiências o graduando construiu o primeiro protótipo e apresentou aos seus professores e coordenadora do curso. A universidade encantada com o projeto encaminhou os professores que o auxiliou nas pesquisas e na realização das atividades. Após a soma dos esforços, a versão final foi entregue e apresentada à toda Universidade.
Questionado sobre o porquê do nome “Iosephus” que foi dado ao seu simulador, o graduando respondeu: “Aos 20 anos eu não soube salvar aquela vida, mas após entrar na faculdade meu objetivo de vida foi estudar a fundo sobre Reanimação Cardiopulmonar e tudo fez muito sentido quando no dia 15 de Abril de 2018 um senhor teve Parada Cardiorrespiratória próximo a mim e eu o salvei.
Seu nome era José, e isso me inspirou a homenageá-lo com seu nome em latim”. Para o futuro, Evando Júnior planeja mais pesquisas, estudos e quem sabe o desenvolvimento de mais simuladores, haja vista que a maior fábrica de simuladores do Brasil oferece os trâmites para que o simulador seja produzido em larga escala.
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