Quinta-feira, 28 de Março

Preso um dos suspeitos de matar ex-prefeito de Estrela do Norte em motel

Publicado em 21/04/2017 às 20:11

Polícia Civil prendeu Waldivino José de Almeida, de 51 anos, suspeito de participar do assassinato do ex-prefeito de Estrela do Norte Geraldo Nicolau Filho. Ele foi morto dentro de um motel em Mara Rosa, na região norte de Goiás, em outubro de 2015.

 

Segundo a investigação, o detido e o irmão dele, o então prefeito da cidade Wellington José de Almeida (PMDB), são os dois homens que aparecem em um vídeo atirando contra a vítima (veja vídeo).

 

De acordo com o delegado André Medeiros, responsável pelo caso, Waldivino estava foragido desde o crime e foi preso no último dia 12, na cidade de Tucumã, no Pará. Ele usava documentos falsos e também portava um revólver, que a polícia acredita ser o mesmo usado no crime.

 

 

 

 

 

Geraldo foi morto no dia 1º de outubro de 2015. Ele estava em um motel, acompanhado de Anésia Xavier Perez, mulher de um dos irmãos de Wellington. Segundo as investigações, parentes do então prefeito pediram que a ex-tesoureira da cidade Renata Rezende fosse até o motel para checar se Geraldo e a mulher estavam no local.

 

Após a confirmação, Wellington, a mulher dele, a então primeira-dama Elaine Cristina Vaz, e Waldivino foram até o estabelecimento. No local, segundo a polícia, os dois homens atiraram e mataram Geraldo. Vídeos divulgados pela polícia mostram a movimentação dos carros dos suspeitos no motel (assista acima).

 

“No dia do crime, o filho do Wellington e da Elaine, que na época tinha 9 anos de idade, viu a Anésia entrando na caminhonete do ex-prefeito [Geraldo]. Ele achou estranho e contou o que tinha visto para a mãe [Elaine]. Como a família já estava desconfiada que os dois estavam tendo um caso, contou para o Wellington e Valdivino, que os dois tinham ido ao motel. Assim, eles mandaram a Renata confirmar a situação e em seguida foram até lá e cometeram o crime”, contou o delegado.

 

 

    Ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho foi morto em pátio de motel de Mara Rosa. 

 

Desde o crime, Wellington e Elaine seguem foragidos. No dia 16 de outubro daquele ano, ele renunciou ao cargo de prefeito. A Câmara dos Vereadores recebeu da irmã do político uma carta escrita por ele citando a decisão.

 

Já Renata, que chegou a ser presa, responde ao processo em liberdade. Em depoimento, na época, ela confirmou à polícia que a primeira-dama pediu que ela fosse ao motel para checar se o ex-prefeito estava lá, mas negou que soubesse da intenção de matar Geraldo.

 

Waldivino, que também era procurado, agora teve o mandado de prisão preventiva cumprido e deve responder pelo crime de homicídio. Ele foi levado para o presídio de Mara Rosa, onde segue à disposição da Justiça.

 

Motivação

 

Medeiros explicou que o inquérito sobre o caso já foi concluído e nele constam duas hipóteses para a motivação. O primeiro é crime político, já que Geraldo, que administrou Estrela do Norte de 2001 a 2008, era rival de Wellington e se movimentava para se candidatar novamente. A segunda é por conta do relacionamento extraconjugal da vítima com Anésia.

 

Waldivino José de Almeida, preso suspeito de matar ex-prefeito de Estrela do Norte (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

 

“Durante as investigações, vimos que a Anésia e o Geraldo eram amantes há seis meses. Conseguimos identificar de 200 a 300 ligações entre eles, o que comprova esse laço. Ela não sabia do crime e não teve qualquer envolvimento. O marido dela, que estava em Goiânia, não sabia do relacionamento extraconjugal e também desconhecia o crime”, explicou.

 

Na época, a empresária Lucivânia Lúcia de Andrade Nicolau, 43 anos, viúva de Geraldo, disse que acreditava na hipótese de crime político, já que o homem planejava disputar as eleições municipais de 2016.

 

Morte

 

De acordo com o delegado André Medeiros, Renata Rezende foi ao motel antes do crime e avisou à primeira-dama sobre a presença de Geraldo no local. “Meia hora antes, ela entrou em um HB 20 no motel, parou no quarto ao lado do da vítima, saiu do carro, verificou a presença do casal e saiu para avisar à primeira-dama', disse Medeiros.

 

Em seguida, conforme o relato da recepcionista do motel, Wellington, Elaine e Waldivino se passaram por clientes e entraram no local em dois carros. De acordo com o delegado, a vítima ficou no quarto de número oito, enquanto os suspeitos, nos quartos seis e sete. “Ela colocou todos um do lado do outro para facilitar na hora da limpeza, mas não sabia o que ia ocorrer”, explicou Medeiros.

 

A recepcionista explicou que ouviu os tiros 15 minutos após o carro do último suspeito entrar. Ela contou que, assim que os disparos começaram, se escondeu na área da administração.

 

O vídeo da câmera de segurança mostrou quando Geraldo foi baleado, tentou correr, mas foi atingido por mais disparos. Em seguida, caiu no chão. Momentos depois, uma caminhonete Chevrolet S10 apareceu na recepção, e o motorista gritou para que a recepcionista abrisse o portão.

 

“O homem pediu para que ela abrisse logo porque tinha alguém querendo matá-lo. Com medo, ela abriu o portão. Ele pagou e saiu. O outro carro, um Fiat Punto, também pegou e saiu na sequência”, disse Medeiros. Depois que os veículos saíram, Anésia também apareceu diante do portão, pagou pelo quarto em que estava com Geraldo e fugiu a pé. (Informações do site G1/Goiás). 

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