Sábado, 20 de Abril

Posse de Lula na Casa Civil é suspensa por juiz

Publicado em 17/03/2016 às 13:14

Uma decisão da Justiça Federal de Brasília determinou nesta quinta-feira (17) a suspensão do ato de nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff.

 

A decisão é do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da Justiça Federal de Brasília, por entender que há indícios de cometimento do crime de responsabilidade.

 

A nomeação foi publicada em edição extra do 'Diário Oficial da União' às 19h de quarta, mesmo dia em que o petista aceitou assumir a pasta, após encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada.

 

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, informou que o governo federal irá recorrer ainda nesta quinta da decisão que suspendeu a posse.

 

Segundo ele a iniciativa não tem amparo legal, porque outro magistrado já estaria cuidando do processo. 'Estamos tomando o conhecimento da situação para poder recorrer ainda hoje', disse o ministro à reportagem.

 

POSSE


Na cerimônia de posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil na manhã desta quinta-feira, Dilma acusou o juiz Sergio Moro de ter desrespeitado a Constituição Federal e ressaltou que a utilização de 'métodos escusos' e 'práticas criticáveis' podem levar à realização de golpe presidencial no país.

 

'Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, métodos escudos e práticas criticáveis viola princípios e garantias constitucionais e os direitos dos cidadãos. E abrem precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim', disse.

 

No dia anterior, foi divulgada uma conversa telefônica entre Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela disse que encaminharia a ele o 'termo de posse' de ministro. Dilma diz a Lula que o termo de posse só seria usado 'em caso de necessidade'.

 

Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. A gravação foi incluída no inquérito que tramita em Curitiba pelo juiz federal Sergio Moro.

 

Em discurso duro, a petista disse que o funcionamento da Justiça 'deve ser assentado em provas' e, sem citar o seu nome, acusou o magistrado de tentar convulsionar a sociedade brasileira com 'inverdades'.

 

Segundo ela, o país não pode se tornar submisso a iniciativas que 'invadem as prerrogativas presidenciais'.

 

 

'Interpretação desvirtuada, processos equivocados, investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia neste país. Quando isso acontece, fica nítida a tentativa de ultrapassar o limite do estado democrático e cruzar a fronteira do estado de exceção', disse.

 

Segundo Dilma, a divulgação da gravação é um 'fato grave' e uma 'agressão' não só contra presidente, mas também contra a 'cidadania, a democracia e a Constituição'. Ela ressaltou ainda que 'a gritaria dos golpistas' não vão tirá-la do rumo ou 'colocar o povo de joelhos'.

 

Na cerimônia de posse, a presidente voltou a defender versão do governo federal de que o mandou entregar o documento porque Lula não poderia comparecer nesta quinta-feira (17) à cerimônia de posse, uma vez que a mulher do petista, Marisa Letícia, não passava bem.

 

'Não há Justiça quando as leis são desrespeitadas. Não há justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas', disse a petista, sob o coro da plateia de 'Moro fascista'. (Do Popular com adaptações Jornal Populacional) 

 

 

 

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