Quinta-feira, 28 de Março

Clima tenso no presídio de Goianésia, preso diz estar sofrendo maus-tratos

Publicado em 24/03/2015 às 07:24
Goianésia

O clima ficou tenso na manhã desta segunda-feira, 23, no presídio de Goianésia. Tudo começou durante a madrugada quando a Polícia Militar foi acionada e registrou um Boletim de Ocorrência de “disparo de arma de fogo” em frente à unidade prisional que de acordo com os agentes, duas pessoas em uma motocicleta não identificada passaram em frente ao presídio e realizaram três disparos de arma de fogo no portão e um no muro.

 

Por volta das 8h, familiares dos reeducandos começaram a se reunir em frente ao presídio e em seguida deram início a uma manifestação que até então era de forma pacífica. Acompanhando toda movimentação, a nossa reportagem conversou com os manifestantes que de acordo com eles, seus filhos não se alimentavam desde sexta-feira, 20, além de estarem sofrendo maus - tratos.

 

 Segundo a denúncia, eles teriam ficado dois dias nus debaixo de sol e chuva, além de terem sido agredidos durante as buscas nas celas na qual foram encontradas drogas e um aparelho celular. Outra indagação feita pelas manifestantes foi como que estes objetos foram parados lá dentro uma vez que ao visitarem seus parentes elas passam por revistas rigorosas.

 

Ouvimos também o Coordenador Regional dos Presídios, Genair da Abadia, o qual nos explicou que as informações estariam chegando distorcidas aos familiares dos presos, uma vez que eles próprios estariam fazendo greve de fome. O coordenador salientou que o problema não era generalizado e que se restringia apenas a “Ala E” onde têm 72 detentos distribuídos em 6 selas. Durante entrevista coletiva Genair fez questão de acalmar os familiares dos reeducandos dizendo que todos estavam bem e que só usaria a força necessária caso o problema se agravasse.

Minutos depois, uma comissão de três manifestantes adentrou ao presídio e conversou com Genair da Abadia no intuito de chegarem a um consenso e até mesmo saber notícias dos reeducandos, porém, durante a conversa, o clima começou a ficar tenso do lado de fora e alguns manifestantes tentaram invadir a unidade prisional. Usando de força bruta começaram a bater no portão e os mais exaltados ainda jogaram pedras, mas ficou apenas na tentativa.Em seguida, conforme o clima esquentava do lado de fora, o clima também esquentava do lado de dentro. Em certo momento, os reeducandos da “Ala E” iniciaram uma rebelião e colocaram fogo em colchões.

 

O Corpo de Bombeiros foi acionado e conteve o principio de incêndio. Posteriormente, uma equipe do GOPE – Grupo de Operações Penitenciárias, que se deslocou de Goiânia para Goianésia, adentrou ao presídio e pôs fim à rebelião.

 

Com o fim da rebelião, o juiz de direito da vara criminal, Decildo Ferreira, tentou tranquilizar os familiares e informou a eles que todos os envolvidos na rebelião estavam bem e que não havia ninguém ferido ou morto, conforme havia chegado ao conhecimento dos manifestantes.

 

 

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