Quinta-feira, 28 de Março

Acadêmico de Rialma que estuda medicina em São Paulo, fala sobre o coronavírus

Publicado em 17/03/2020 às 22:59

Evandro Júnior da cidade de Rialma que atualmente mora e estuda medicina em São Paulo, ele também é professor do SimSave (empresa de ensino médico). Evandro Júnior discorreu a respeito do coronavírus.

 

Um surto de pneumonia atingiu a cidade de Wuhan e causou grande espanto, os motivos são, obviamente, porque os quadros eram totalmente atípicos e graves.

 

O primeiro caso diagnosticado e compreendido como COVID 19, doença a qual a família do coronavírus é o agente etiológico, surgiu no dia (8/12/19), mas foi notificado para o controle de doenças da China apenas no dia (27/12/19).  Há de considerar que a primeira notificação oficial à Organização Mundial de Saúde só aconteceu no dia (31/12/19).

 

 

O coronavírus em si faz parte de um família viral e recebe esse nome em decorrência da similaridade microscópica com uma coroa. Os vírus dessa família são compostos por RNA envelopado e apenas os subtipos alfa e beta são mais recorrentes em humanos. Vale lembrar que quando esses vírus sofrem recombinação e são transmitidos aos humanos sofrem um processo denominado de Spillover.

 

Algumas doenças são causadas pelo Coronavírus, sendo em sua grande maioria, as relacionadas com o sistema respiratório e gastrointestinal. Entre as primeiras há de considerar que os coronas são responsáveis pela grande maioria dos resfriados comuns, algo em torno de 10 a 30% dos casos. No entanto, acontecem, também, casos graves relacionados ao sistema respiratório.

 

No ano de 2002 o sars cov, vírus de subtipo beta, foi responsável por mais de 8100 casos em mais de 24 países e com 774 mortes, tendo, assim, um fatalidade de 10%. No entanto, já no ano de 2012 a MERS foi responsável por 2494 casos, porém, com 858 mortes, tendo uma fatalidade, ainda, maior de 37%.

 

O agente etiológico do momento é o sars cov 2, nomeado assim para diferenciar do vírus vigente do ano de 2002, esse é o responsável pela covid 19. Não se sabe ainda como foi o spillover, a transmissão para os humanos como dito anteriormente, mas sabe-se que a transmissão é feita por gotículas e tem período de incubação entre 2 e 14 dias.

 

Os principais sintomas são febre, tosse e dispneia nos pacientes leves enquanto que nos pacientes graves acontece insuficiência respiratória e lesão renal aguda. Os grupos de risco são os pacientes os quais têm hipertensão, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas e apesar de ter sido leve em mais de 81% dos casos, grave em 14% é gravíssima em 5% o momento chama a atenção para a superlotação do sistema e o alto contágio e espalhamento do vírus. Isso dá-se porque o sistema intensivo de saúde tem capacidade padrão de atendimento.

 

 

No Brasil dos 32 mil leitos de uti adultos, divididos quase igualmente entre particulares e públicos, estão com 80% de ocupação com os casos os quais já sobrecarregam, naturalmente, o sistema, tais como: os casos neurológicos e traumáticos (acidentes automobilísticos em sua grande maioria) Isso significa que se as medidas de isolamento social não forem obedecidas rigorosamente o serviço de saúde, em breve, irá colapsar e não conseguirá prestar os devidos cuidados aos pacientes graves.

 

Não obstante, os pacientes que continuarão chegando ao sistema com as demandas as quais já existiam, também, serão vítimas da superlotação. Nesse sentido, o governo tem tido medidas exemplares como contratações de novos profissionais, novos aparelhos e inibição da exportação de ventiladores mecânicos. Dessa forma, resta a nós, cumprimos rigorosamente as orientações porque não se trata de histerismo, trata-se de condições atuais de atendimento em saúde e coletividade.

 

Evandro Júnior que está em Rialma, estará também no Jornal das Onze da Rádio Legal FM 101,9 desta terça-feira (18/3) que falará a respeito da dimensão de contaminação deste coronavírus.

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