Quinta-feira, 25 de Abril

Motorista é torturado por patrão após ser acusado de furto de R$ 8 mil

Publicado em 24/02/2020 às 19:35

 

Um motorista de 32 anos afirmou que o seu patrão o torturou, após acusá-lo de ter furtado R$ 8 mil, em Aparecida de Goiânia. A vítima relata que foi agredida por cerca de duas horas com socos, chutes, pauladas e que quase foi eletrocutada pelo homem. O empregador chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto no último domingo (23), depois de passar por uma audiência de custódia.

 

O homem conta que, na última sexta-feira (22), o patrão teria sentido falta do dinheiro que estaria na casa dele. No local, também funciona a sede da construtora que a vítima trabalhava. Em certo momento, ele questionou o motorista e outro funcionário se eles sabiam do dinheiro e ambos negaram. Perto de ir embora, o empregador disse que levaria a vítima em casa.

 

“Eu entrei no carro dele e seguimos até a casa do pai dele. Ele ficou andando em algumas ruas do [Vila] Delfiori e me perguntou se eu tinha pego o dinheiro e eu neguei. Ele me deixou em casa por volta das 21h40. Ele sempre me perguntava [sobre o dinheiro] e eu negava. Após isso, ele veio à minha casa por volta das 23h e falei que ele podia verificar na residência. Ele revirou meu quarto e a cozinha. Logo depois, foi embora”, ressalta.

 

A vítima conta que, no dia seguinte, o homem voltou na residência dela por volta das 8h da manhã. Ele levou o motorista até a sede da empresa. Ao chegar no local, segundo o colaborador, o patrão pediu o celular dele e quebrou o aparelho. Nesse momento, a vítima afirma ter sido agredida com tapas, socos e chutes. Além disso, também foi atacado com pedaços de pau, mangueira e até cordas. Segundo ele, as agressões duraram cerca de duas horas.

 

 

 

“Ele me chamava de ladrão e de safado. [Dizia] Que eu tinha roubado a casa dele. Depois de tudo isso, ele me molhou, pegou um fio de energia e disse que iria me matar eletrocutado. Nesse momento, eu confessei que peguei o dinheiro para ele não me matar. O irmão dele chegou no local e o impediu de fazer isso também”, pontua.

 

Com isso, todos voltaram à casa da vítima. Ele conta que o irmão do empregador ficou cerca de meia hora conversando com ele e que o aconselhou a sair do local, pois o patrão estava “transtornado”. “Logo depois, ele entrou no quarto e perguntou do dinheiro. Eu voltei a negar. E ele me ameaçou novamente. Disse que iria me dar até 12h30 para arrumar [o valor] para ele”, assevera.

 

 

A vítima relata que foi retirada do setor pelo seu irmão. Ele passou por exames no hospital, onde ficou comprovado que ele apresentava apenas uma luxação. Ao chegar no 4º Distrito Policial, ele soube que o patrão tinha registrado ocorrência horas antes contra ele pelo furto. “Ainda dói muito os machucados e a gente fica muito assustado com tudo o que aconteceu. Nem fui para casa, ainda, depois que tudo isso aconteceu. Eu não entendo o porquê dele ter cismado comigo sobre o roubo”, afirma.

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