Publicado em
15/03/2019
às 19:15
Anápolis
O juiz Dante Bartoccini estipulou prazo de 15 dias para os ocupantes da fazenda Agropastoril Dom Inácio, que pertence ao médium João de Deus, saírem voluntariamente do terreno em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a decisão, caso isso não ocorra, será determinada reintegração de posse. A decisão foi dada nesta sexta-feira (15), dois dias após membros dos grupos Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparem parte do terreno.
Quando ocuparam o local, na última quarta-feira (13), representantes disseram, por meio de nota, que o território é fruto do “abuso, do estupro e da violência”. Eles também realizaram um ato no local na quinta-feira (14) em memória de mulheres que foram vítimas de violência.
O documento afirma que, devido ao “número significativo de ocupantes, a medida concedida deverá ser cumprida mediante reforço policial”. Também na decisão, o juiz já deixou autorizada “a prorrogação do cumprimento do mandado de reintegração compulsório, pelo prazo de 30 (trinta) dias”.
A organização afirmou que os manifestantes chegaram ao local em 13 ônibus. Eles vieram de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O grupo também é composto por cerca de 30 crianças e alguns homens. Na entrada da fazenda, os manifestantes hastearam uma bandeira vermelha sobre a porteira para controlar o acesso à propriedade. Moradores da região que precisam passar pelo local são liberados.
A fazenda invadida é uma das sete propriedades rurais que o médium relatou ter em depoimento à Polícia Civil. Na ocasião, João de Deus relatou que elas rendem R$ 60 mil, mas não especificou se este lucro é mensal ou anual. Ainda no depoimento, ele disse ter “várias” casas e declarou não saber quantos carros possui.
Médium
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está preso desde o dia 16 de dezembro de 2018, no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
O médium é réu em processos por abuso sexual de mulheres que o procuraram para tratamento espiritual em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Ele também responde por posse ilegal de arma de fogo e coação de testemunha, mas nega ter cometido qualquer crime.
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