Quinta-feira, 28 de Março

Goiás se rende ao poker

Publicado em 12/02/2019 às 23:54
Em Goiás

O poker nacional vive um momento dourado. O Campeonato Brasileiro de Poker (Brazilian Series of Poker, BSOP) se consolida como um dos mais importantes do mundo e o maior de toda a América Latina. Ainda, é cada vez maior o número de profissionais brasileiros que brilham com suas conquistas em torneios pelo mundo.

 

É claro que em Goiás isso não seria diferente. Em Goiânia, a capital do Estado, o poker não para de se aperfeiçoar. A cidade já conta com diversas lugares especializadas no esporte, dentre as quais destacamos: Geek Play, Federação Goiana de Poker, Full House, Social Poker Club, 4+ Poker Club, Associação Goiana de Poker Royal Sport Club e Poker House Club. Assim, Goiânia já pode ser considerada como uma das capitais do poker na região centro-oeste do Brasil.

 

Essa história começou lá em 2006, com a fundação do Players Hold’em Club pela Federação Goiana de Poker, uma das casas mais tradicionais da capital. Situada no bairro do Jardim América, a casa conta com eventos semanais e excelentes acomodações para os competidores. O local é também a sede do cada vez mais atrativo Campeonato Goiano de Poker.

 

O torneio já é reconhecido como o que paga a maior premiação em todo o Estado de Goiás. Para se ter uma ideia, apenas a primeira etapa já garante mais de 200 mil reais aos vencedores, o que atrai uma média de 1500 jogadores de todo o território nacional. Segundo Kaio das Chagas Oliveira, gerente-geral da casa, o campeonato goiano é, hoje em dia, o maior torneio regional do país ao lado do campeonato paulista, tanto em qualidade técnica quanto em volume da premiação. Em 2018, o torneio distribuiu mais de 1 milhão de reais em prêmios para os profissionais.

 

Ao todo, foram seis etapas realizadas no ano passado que deram aos vencedores a oportunidade de ingressar na seleção goiana para o Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes (CBPE).

 

O CBPE, aliás, é um torneio que mostra bem o crescimento do poker goiano. A seleção goiana detém a marca de ter participado de todas as edições do CBPE e, em 2018, terminou a disputa no top 10. A sétima colocação no ano passado confirma a excelente fase dos goianos nas mesas de feltro. A seleção goiana também foi a única a ser comandada por uma mulher. A treinadora Lidiane Moutinho liderou a equipe formada por Gustavo Sampaio, Fernando Duarte, Rafael Camargo, Kamila Manzi, João Bauer e Weberson Teles (campeão goiano em 2017).

 

Falando em conquistas, o melhor sinal do crescimento do poker em Goiás são alguns resultados importantes conquistados por atletas goianos. Em 2017, o torneio MasterMinds Goiânia levou um grande público até o Player's Hold'em Club. E para delírio dos torcedores locais, o goiano Ricardo Guilarducci bateu Eliarlem Paiva na final e garantiu o prêmio de 73.500 reais. Segundo Guilarducci, a maciça presença do público é mais um motivo para comemoração.

 

 Foto: Neil Stoddart © Rational Intellectual Holdings Ltda - Ramon Colillas, vencedor do PSPC nas Bahamas 

 

Já em 2018, quem fez bonito foi Soandre Goulart no Spring Championship of Online Poker. O goiano venceu um adversário russo no torneio No Limit Omaha e conquistou mais de 10 mil dólares em prêmios. Um valor ainda bem distante dos 5,1 milhões de dólares conquistados recentemente pelo espanhol Ramon Colillas no PSPC, realizado nas Bahamas, mas que abre caminhos para voos mais altos no futuro.

 

Outro grande resultado veio de João Paulo “Tiltinha” Gomides. O goiano faturou mais de 500 mil dólares no torneio Sunday Million, a segunda maior premiação de um brasileiro neste torneio. Com o resultado, a sua equipe (Team Samba) entrou para a história do poker brasileiro.

 

Legenda: Roberly Felício foi o quarto brasileiro a conquistar o bracelete de ouro do WSOP.

 

Mas nenhuma dessas conquistas se equipara ao feito de Roberly Felício, um empresário de Anápolis que conheceu o poker há apenas 4 anos. O goiano escreveu o seu nome na história do poker mundial ao se tornar o quarto brasileiro a conquistar o bracelete de ouro do WSOP (World Series of Poker), a maior competição do planeta. Aos 49 anos, Roberly faturou um prêmio de 1 milhão de dólares (mais de 4 milhões de reais) e se juntou ao seleto grupo de brasileiros campeões mundiais, que já conta com Alexandre Gomes (campeão em 2008), André Akkari (campeão em 2011 e grande ídolo do poker BR) e Thiago Decano (campeão em 2015).

 

Vale ressaltar ainda que o grande momento do poker goiano se deve à descentralização dos torneios e casas especializadas. Cidades como Anápolis e Caldas Novas já apresentam uma cena local bem desenvolvida, tirando o foco de Goiânia e abrindo novas possibilidades para o surgimento de futuros campeões. Resta a nós continuar acompanhando esse movimento e torcer para o sucesso de nossos atletas.

 

 

 

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