Terça-feira, 16 de Abril

Estudante arremessada de brinquedo recebe alta de hospital em Ceres

Publicado em 31/08/2018 às 20:09

Uma das quatro estudantes que foram arremessadas de um brinquedo em Ceres, Thalia Aparecida Pires, de 16 anos, recebeu alta do Hospital Ortopédico de Ceres, segundo informou a unidade de saúde nesta sexta-feira (31). A adolescente, que sofreu ferimentos no braço, abdômen e perna, ainda precisa ficar de repouso. Outras duas adolescentes seguem internadas.

 

'Estamos muito felizes porque ela voltou para casa. Mas ela ainda terá de passar por outra cirurgia na perna e está de repouso total. O médico disse que ela precisa ficar deitada', disse o pai de Thalia, o taxista Henrique José Aparecido, de 41 anos.

 

O acidente que deixou as estudantes feridas ocorreu na madrugada de domingo (26). Duas delas disseram que não sentiram a barra de proteção travar antes do brinquedo, chamado Surf, rodar.

 

Além de Thalia Aparecida Pires, ficaram feridas Thatiely Carvalho Evangelista, Mariane Oliveira Dias e Isabela do Amaral Vieira. Todas de 16 anos.

 

Thatiely foi a primeira a receber alta, um dia após o acidente. Ela prestou depoimento à Polícia Civil, na quarta-feira (29), e afirmou que antes de sofrer o acidente gritou por socorro, mas o som estava alto e o operador não a ouviu.

 

 

“O brinquedo começou a girar e ela percebeu que a barra estava solta. Ela começou a gritar, a princípio, as meninas não sabiam o que estava acontecendo. Ela fala que começou a girar em alta velocidade. Ela tentava travar a barra de segurança, mas não conseguia”, disse o delegado responsável pelo caso, Matheus Costa Melo.

 

Mariane inicialmente foi levada para o Hospital Ortopédico de Ceres. Na quarta-feira, ela foi transferida para o Intervida. O quadro dela nesta sexta-feira (31) é regular. Ela respira sem aparelhos e está consciente. 'Ela está melhorando cada dia mais', disse a mãe da adolescente, Joana Darc.

 

Já Isabela segue internada em estado grave no Hospital de Urgências de Anápolis, para onde foi transferida horas depois do acidente. Ela teve de passar por uma cirurgia para remover um rim.

 

 

Investigação

 

Responsável pelo parque, Juarez Alves da Costa já foi ouvido, mas pode ser interrogado novamente após os laudos. O delegado também colheu o depoimento do operador do brinquedo, Raimundo Genivaldo da Lima Costa.

 

O exame toxicológico do funcionário do parque ainda não ficou pronto, mas, durante depoimento, o profissional contou à Polícia Civil que não faz uso de entorpecentes e não havia ingerido bebida alcóolica no dia. O delegado disse que o operador relatou ter tentado salvar uma das vítimas.

 

“O operador disse que viu uma das meninas que caiu na plataforma e, quando viu, não lembra de ter desligado o brinquedo. Ele acredita que tenha mantido na posição de giro, o que faz com que o brinquedo pegue velocidade mesmo. A máquina teria diminuído a velocidade se ele freasse ou colocasse no neutro”, explicou o delegado.

 

Nesta sexta-feira, o delegado interrogou o proprietário e fabricante do brinquedo, Joel Quadra. Ele disse que construiu o Surf com a assessoria de um engenheiro mecânico, há dois anos, e que dá manutenção a cada três meses.

 

'Ele trabalha com comissão com o Juarez, que monta o brinquedo no parque. Ele disse que não é responsável por providenciar documentação, mas que os reparos feitos no brinquedo são de responsabilidade dele. Ele disse que orientava o Raimundo a fazer uma vistoria toda vez antes de ligar o brinquedo, mas não há registro dessa checagem', afirmou Matheus.

 

O delegado precisa ouvir as estudantes feridas e novas testemunhas. Ele também deve analisar laudos periciais e a documentação requerida por ele ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), à Prefeitura de Ceres e ao Corpo de Bombeiros.

 

“Nós ainda vamos ouvir os engenheiros que emitiram a documentação, os responsáveis pela vistoria do Corpo de Bombeiros e também os servidores da prefeitura que emitiram o alvará do parque. Vão ser ouvidos para que todos os fatos sejam esclarecidos e nós possamos checar se há ou não algum tipo de irregularidade”, disse o delegado.

 

Documentos

 

O Ministério Público está analisando se a documentação apresentada pelo responsável pelo parque está dentro da normalidade. Segundo o promotor de Justiça Marcos Rios, os laudos assinados por um engenheiro mecânico foram emitidos dias antes dos brinquedos estarem montados.

 

“Os brinquedos foram montados no dia 22 de agosto. No entanto, as vistorias foram feitas no dia 17, ou seja, quando os brinquedos estavam ainda nos caminhões. Então estamos apurando para saber a legalidade das licenças apresentadas pela administração do parque à Prefeitura de Ceres e repassada a nós”, disse o promotor.

 

Gerente do parque, Anderson Amorim disse que as vistorias feitas pelo engenheiro mecânico foram feitas antes dos brinquedos serem montados, para viabilizar a vistoria do Corpo de Bombeiros, e também depois da montagem dos equipamentos.

 

“Os brinquedos são alocados, o engenheiro faz o rascunho e envia para os bombeiros. Os bombeiros fazem a vistoria e emitem outro laudo. A vistoria do engenheiro é mais visual, mas é suficiente para atestar que os brinquedos estão aptos a operar. Ele verifica toda a estrutura mecânica e elétrica”, defendeu. As informações são do G1/Goiás.

 

 

Comentários


Os comentários não expressam a opinião do Jornal Populacional e são de exclusiva responsabilidade do autor.

Encontre mais notícias relacionadas a: Acidente,

Veja Também