Sexta-feira, 29 de Março

Postos de gasolina podem falir com aumento do combustível, diz sindicado

Publicado em 23/07/2017 às 08:16
Em Goiás

O advogado do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Antônio Carlos de Lima, prevê que 20% dos postos de combustíveis de Goiás acabem fechando com o aumento nos impostos.

 

O reajuste foi anunciado pelo governo na última quinta-feira (20), informando que a tributação sobre a gasolina subiria R$ 0,41 por litro, sobre o diesel R$ 0,21 e para o etanol R$ 0,20.

 

Lima esclarece que a mudança nos valores também é prejudicial para os donos de postos, além de afetar o consumidor. “Nós temos 1.620 postos aqui no estado de Goiás e 39 distribuidoras, sendo que cada uma vende por um preço. A gasolina acima de R$ 4 vai quebrar 20% dos postos em um prazo de até três meses”, afirmou em entrevista à TV Anhanguera.

 

O preço da gasolina comum na capital foi encontrado por até R$ 4,09 e o etanol por R$ 2,97 em um posto no Jardim Goiás, em Goiânia. Já em outro estabelecimento, no Setor Serrinha, a gasolina estava a R$ 3,89, enquanto o álcool custava R$ 2,89. Em outro posto, no Setor Bueno, o valor cobrado pela gasolina era de R$ 3,98, e pelo etanol a R$ 2,78.

 

O advogado do Sindiposto já havia destacado que o preço da gasolina pode ultrapassar os R$ 4,10 a partir do dia 1º de agosto, devido ao novo cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

 

“Os preços ficarão diferenciados em até R$ 0,40 de um valor para o outro. Acreditamos que até o dia 10 de agosto o consumidor vai encontrar preços mais em conta e outros mais caros. Isso acontece, primeiro, porque cada distribuidora vende de um preço, quem compra mais combustíveis, reflete um preço mais barato para os postos que compram. Estamos calculando que, certamente, a gasolina vai ultrapassar R$ 4,10 em Goiás”, revelou.

 

Etanol

 

Além do impacto na gasolina, o aumento nos impostos também afeta o etanol. Segundo Loma, PIS e Cofins não incidiam sobre os preços do combustível e, agora, passam a ser embutidos no valor comercializado do produto.

 

“O etanol ficava em uma posição boa, porque ele não tinha este tributo. Inclusive ainda estava, pelos nossos cálculos, vantajoso para motoristas de carros flex abastecerem com álcool. Agora ele vai deixar de ser competitivo. Vamos aguardar para ver o valor que será refletido nas bombas para saber as consequências disto”, afirmou.

 

O economista Aurélio Troncoso também avaliou que a medida inviabiliza ao motorista abastecer o carro com etanol quando estiver precisando economizar. “Esse imposto colocado sobre o etanol matou o projeto de álcool no Brasil. Por enquanto ainda está compensando um pouco com estoques antigos, mas praticamente não vai compensar”, afirmou.

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