Quinta-feira, 28 de Março

Borracheiro de Uruana desaparecido desde junho de 2016 foi vítima de homicídio

Publicado em 04/04/2017 às 22:23

A mãe do borracheiro Vitor do Prado Batista, de 38 anos, morto após um encontro em um motel, disse, nesta terça-feira (4), que o filho foi vítima de uma “covardia”.

 

 A dona de casa Maria do Prado Batista afirma que Vitor era uma pessoa tranquila e não tinha inimizades. Ela e familiares fizeram um protesto pedindo “justiça”, durante a apresentação do suspeito na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia.

 

Maria afirma que o filho saiu de casa, em Uruana, no dia 20 de junho do ano passado, alegando que faria exames na capital. Ela diz que não imaginava que o filho estava de encontro marcado com o vidraceiro Pedro Henrique Rodrigues da Silva, de 19 anos, preso suspeito de matar a vítima enforcada, roubar o carro dela e ocultar o corpo.

 

“Nem passava pela minha cabeça que ele tivesse esse encontro. Foi uma covardia muito grande o que este rapaz fez com meu filho. Eu não tenho palavras para dizer, do tanto que foi cruel e ainda mais por causa de um carro. 

 

 

Segundo o delegado Valdemir Pereira, titular da Deic, Vitor se encontrou com Pedro Henrique em Goiânia e, após jantarem em um restaurante, seguiram até o motel. Pereira afirma que no local os dois tiveram uma discussão e a vítima foi enforcada, colocada no porta-malas do próprio carro e levada até uma mata em Senador Canedo, onde foi asfixiada e carbonizada.

 

Maria do Prado Batista, mãe do borracheiro morto após ida a motel, em Goiânia (Foto: Murillo Velasco/G1)

 

Segundo o delegado, um mês após o sumiço de Vitor, a polícia encontrou restos mortais de um homem às margens da estrada vicinal em Senador Canedo. No entanto, na época, não havia nenhuma informação que ligasse ao desaparecimento do borracheiro.

 

Contudo, ao ser preso, no último dia 28, Pedro Henrique levou os policiais até o local em que deixou a vítima. Era a mesma área onde estavam os restos mortais, assim, após exames, foi comprovado que o material encontrado se tratava de Vitor.

 

Na segunda-feira (3), familiares de Vitor fizeram um sepultamento dele em um cemitério de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia.

 

“Eu estou muito triste, porque queria meu filho de volta, vivo. Mas estou aliviada pelo caso ter sido descoberto, o rapaz que fez esta crueldade está preso. Agora é pedir Justiça e lutar para que ele permaneça na cadeia”, disse a dona de casa.

 

 

Crime premeditado

 

O delegado afirmou que o vidraceiro confessou ter matado e roubado Vitor. Segundo ele, o jovem conheceu a vítima nas redes sociais e marcou o encontro já pensando em roubar o veículo dele.

'Ele [Pedro Henrique] confessou todo o crime. Para a gente não resta dúvida de que o crime foi planejado, ele sabia que a vítima tinha o carro e, por isso, marcou o encontro e eles foram ao motel, mas ele já tinha a intenção de matar o Vitor. A princípio ele negou que conhecia o rapaz, mas depois levou a gente até o local onde ele deixou o corpo e ateou fogo no mesmo', relatou o delegado.

 

No entanto, ao ser apresentado, na manhã desta terça-feira (4), Pedro Henrique disse que, quando deixou o borracheiro, achou que ele ainda estava vivo. 'A gente se conheceu e marcou de se conhecer. Eu fui para o motel com ele e ele disse que eu só ia me deixar ir embora depois que eu tivesse relação sexual com ele. Eu não quis, ele me agrediu e eu pulei em cima dele. Ele desacordou e eu levei ele pra mata', afirmou.

 

Apesar da afirmação do suspeito, o delegado diz que não tem dúvidas de que ele planejou roubar a vítima, tanto que vendeu o celular dela cerca de duas semanas após o crime e estava de posse do carro dela.

 

'No motel ele enforcou a vítima, que ficou desacordada. Depois, colocou o Vitor no porta-malas do carro, parou em um posto de gasolina e, em seguida levou até um terreno próximo a Senador Canedo. Enquanto arrastava a vítima para dentro de uma mata, Vitor acordou. Quando ele acordou, ele o enforcou de novo e acabou de matá-lo. Por fim, botou fogo', afirmou Pereira.

 

 Vidraceiro Pedro Henrique Rodrigues da Silva, 19, foi preso suspeito de matar borracheiro (Foto: Murillo Velasco/G1)

 

Identificação

 

O delegado explicou que a Polícia Civil chegou até Pedro Henrique após investigar todas as pessoas com quem Vitor havia falado antes do desaparecimento. Segundo ele, o vidraceiro foi chamado para prestar esclarecimentos na Deic, e chegou à delegacia dirigindo o carro de Vitor.

 

Valdemir suspeita que o vidraceiro estava usando os documentos de Vitor, se passando por ele, já que, dentro do carro foi encontrado um documento de identidade da vítima.

 

'Nós apreendemos o carro da vítima com ele já no dia em que ele veio aqui na delegacia. Dai já se tornou o principal suspeito. A princípio disse que não conhecia a vítima e se contradisse muito no depoimento. A partir das contradições pedimos à prisão preventiva, e, no ato da prisão, confessou o crime e nos levou até a mata', contou.

 

Pedro Henrique vai responder pelo crime de latrocínio e ocultação de cadáver. Informações do G1.

 

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