Sexta-feira, 19 de Abril

Há suspeitas de animais de rua estão sendo envenenados e mortos em Uruana

Publicado em 08/12/2016 às 23:20

O município de Uruana, conhecido nacionalmente como Capital da Melancia, está prestes a ganhar outro título: capital do envenenamento de animais, isso de acordo com Natália Santiago de Menezes.

 

Ela relata que Somente nos últimos dois meses, cerca de 10 animais foram encontrados sem vida no Residencial Vale do Uru, bairro próximo ao cemitério, e vários outros foram medicados a tempo, evitando que viessem a óbito.

 

Segundo Natália, em todos os atendimentos, os veterinários foram categóricos ao afirmarem que os animais ingeriram veneno. Nessa semana as vítimas foram cães que vivem no cemitério local.

 

 Foram encontrados pedaços de frango com vestígios de veneno no local, um animal morto e outros visivelmente intoxicados. Voluntários do grupo Cãopanheiros tentaram ajudar, mas os mesmos fugiram por estarem muito assustados, não possibilitando que fossem socorridos.

 

 

 

O grupo Cãopanheiros Uruana (Facebook) é formado por voluntários que se identificam pelo sentimento de compaixão aos animais e com recursos provenientes de doações e rifas.

 

Este ano realizou a esterilização cirúrgica de 18 cadelas que viviam nas ruas da cidade, visando a diminuição da população de animais errantes.

 

Para se ter uma ideia da importância de ações como esta é só calcular quantos animais deixaram de nascer, considerando-se que as cadelas entram no cio de 6 em 6 meses, produzem uma média de 6 animais por ninhada e que dentro de menos de um ano os filhotes fêmeas já iniciam o processo reprodutivo.

 

Natália ressalta que essa nobre iniciativa não é suficiente para resolver a questão. É preciso um conjunto de ações de conscientização, responsabilização e esterilização desses animais, apoiado pelo município, pois animais soltos nas ruas são um problema de toda a sociedade, já que se não estiverem devidamente vacinados e cuidados, podem se tornar foco de transmissão de doenças, como raiva e leishmaniose, podem gerar acidentes de trânsito, ataques com mordedura, entre outros problemas graves.

 

Em Goiás, desde 2012, existe a Lei No. 17.767 que preconiza que o Poder Executivo deve incentivar e viabilizar o desenvolvimento de programas que visem ao controle reprodutivo de cães e de gatos e à promoção de medidas protetivas, por meio de identificação, registro, esterilização cirúrgica, adoção, e de campanhas educacionais para a conscientização pública da relevância de tais atividades.

 

 

Essa lei também proíbe a famigerada “carrocinha”, ação cruel e sem eficácia que por muitos anos foi a única forma de controle populacional de animais praticada no Estado. Assim, devemos cobrar de nossos representantes que essa lei seja aplicada, pois somente ações pequenas como as desenvolvidas pelos voluntários, por mais boa vontade que tenham, não serão capazes de resolver esse problema.

 

Com relação aos envenenamentos, Natália disse que a única forma de combater tamanha maldade é denunciar à polícia, indícios que levem a identificação desses covardes que agem na surdina envenenando os animais.

 

 A Lei de Crimes Ambientais (9.606/98) em seu Art. 32 é clara: praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa.

 

 

Ao finalizar, Natália convida todos que se sentirem sensibilizados pela causa a participarem do grupo Cãopanheiros Uruana –GO. “A compaixão é uma virtude nobre e que deve ser cultivada com ações, não só com palavras. Precisamos ser mais proativos, pois a crueldade e a covardia de pessoas que fazem algo desse tipo, não podem superar a bondade e a beleza de se ajudar um ser necessitado, seja ele animal racional ou não'.

 

 

Amigo não se compra, se adota!

 

Natália Santiago de Menezes

Grupo Cãopanheiros Uruana.

 

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