Terça-feira, 16 de Abril

Não liberação da “pílula do câncer”: perversidade ou precaução?

Publicado em 01/05/2016 às 23:57

Nas últimas semanas, a polêmica “pílula do câncer” (fosfoetanolamina sintética) voltou à tona. Isso porque seu primeiro relatório de testes de eficácia foi divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e, dias depois, a Câmara e o Senado aprovaram sua liberação para pacientes, medida que causou discórdia entre parte da população e setores científicos.

 

De um lado, estão seres humanos que sofrem ou conhecem o drama de um paciente que vê seu corpo não responder às terapias tradicionais. “Quem tem câncer tem que tentar tudo. Quimioterapia é a pior coisa que já vi. Penso que quem faz ‘quimio’ pode tudo” – conta Maria Neide, que lutou e venceu um câncer de mama. “Se o câncer voltasse eu não teria dúvidas: tomaria a pílula”, completa. Infelizmente, é essa realidade cruel da doença que abre margem para que as pessoas busquem tratamentos alternativos que podem ser ainda mais danosos.

 

 

 

Para evitar isso, do outro lado também existem seres humanos que lutam diariamente para que pacientes com câncer consigam a melhora tão desejada. Questionado, o Dr. Luis Fernando Rodrigues, médico do Hospital de Câncer de Barretos, disse que “nenhuma droga deve ser disponibilizada para uso pela população sem antes passar pelos testes de eficácia, tolerância e segurança”. No caso da “fosfo”, a conclusão do primeiro relatório do MCTI foi de que o “medicamento” não é nem mesmo puro, e seu efeito contra certos cânceres é muito menor que os medicamentos já utilizados. “O grande problema é jogar com a angústia de pacientes e familiares”, termina o médico.

 

O sofrimento de um paciente deve ser respeitado, mas ele não pode superar o que busca garantir a sua própria segurança, mesmo que ela pareça não ter valor frente aos efeitos da doença. Não há má-intenção quando profissionais que dedicam suas vidas cuidando de pacientes com câncer são contra a liberação da pílula. O que existe é apenas precaução. Precaução que também cuida!

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