Sexta-feira, 19 de Abril

Documentos listam mais de 200 políticos em Goiás envolvidos na Lava Jato

Publicado em 29/03/2016 às 20:08

Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada no último dia 22 de março pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

 

As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ''. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22 de fevereiro 2016.

 

 

Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só foram divulgados públicos ontem (22.mar) pelo juiz federal Sérgio Moro, os documentos acabaram não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.

 

As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente ser considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.

 

A maior parte do material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos. Várias dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até apelidos atribuídos aos políticos. Algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo.

 

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

 

 

Marconi Perillo, Governador de Goiás, aparece na lista como “beneficiário” de R$ 200.000,00. De acordo com a planilha, o valor foi depositado em 01 de setembro de 2010 em uma conta do Banco do Brasil. Ao que parece, do valor solicitado, foi depositado R$ 160.000,00 dando a entender que houve uma comissão de 20%.

 

De acordo com dados presentes na planilha, o ex-senador Demóstenes Torres também foi um dos “beneficiários”. No dia 09 de setembro de 2010 teria sido depositado em uma conta do Banco do Brasil o valor de R$ 960.000,00, no entanto, o valor solicitado teria sido de R$ 1.200.000,00.

 

 

Por André Shalders e Mateus Netzel
Do UOL
Adaptações: Dener Rafael

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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