Sexta-feira, 19 de Abril

Novo laudo aponta R$ 42 bilhões de rombo na Petrobras diz PRF

Publicado em 13/11/2015 às 23:41

Um novo laudo pericial da Polícia Federal aponta que os pagamentos indevidos feitos pela Petrobras, entre 2004 e 2014, para 27 empresas investigadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato, podem atingir a cifra dos R$ 42 bilhões - até aqui o número máximo estimado era de R$ 20 bilhões.

 

O grupo teria sido beneficiado pelo suposto esquema de cartel comandado pelas maiores empreiteiras do país, que agia em conluio com políticos do PT, PMDB e PP e agentes públicos fatiando obras e pagando propina. 'Considerando que em ambiente cartelizado a competitividade fica praticamente descartada, estima-se que os percentuais de lucros excessivos aplicados pelas empreiteiras cartelizadas possam ter variado entre o mínimo de 3%, correspondente aos valores repassados a partidos políticos e aos ex-funcionários da Petrobras, podendo chegar a até 20%', diz texto do laudo.

 

Os 20% seriam 'um porcentual conservadoramente considerado como máximo para a majoração indevida dos lucros decorrentes dos preços excessivos, aplicados em ambiente desprovido de livre concorrência', registra o documento do setor técnico-científico da Polícia Federal, em Curitiba.

 

Ao todo, o laudo elenca em uma tabela a origem dos pagamentos feitos pela Petrobras para as 27 empresas apontadas como integrantes do cartel, num total de R$ 215,67 bilhões.

 

Em cima desse valor, aplicou-se o porcentual mínimo de desvios, considerando apenas a propina para agentes públicos e políticos, e a de 20%. No caso do valor mínimo considerado, a análise pericial aponta desvio de pelo menos R$ 6,42 bilhões - valor já lançado pela estatal em seu balanço.

 

Detalhes

 

Concluído em 26 de outubro, o documento foi anexado aos autos da Lava Jato na semana passada, no inquérito que investiga o papel da Odebrecht no esquema de corrupção na Petrobras. O valor de R$ 42 bilhões consta de uma tabela com a 'estimativa dos pagamentos indevidos realizados' pela Petrobras. Nela há detalhamento de valores por empresas do cartel e as estimativas mínimas e máximas de pagamentos excessivos.

 

Assinado pelos peritos criminais federais Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Braga, a análise toma como base os valores lançados pela estatal nas demonstrações financeiras encerradas em dezembro de 2014.

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