Sábado, 20 de Abril

Clínica Magnificat alerta para alta taxa de mortalidade de câncer de mama

Publicado em 23/10/2015 às 07:20

Estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia em parceria com a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia revela que a variação anual da taxa de mortalidade por câncer de mama é de até 11 vezes maior em áreas pobres do País em comparação com as regiões ricas. A dificuldade de acesso aos métodos de detecção e de tratamento nas áreas do Norte e Nordeste é a principal razão para esta diferença. A pesquisa revelou que quanto menos informação as mulheres recebem sobre a prevenção do câncer de mama mais chances elas têm de morrer em consequência da doença.

 

Para chegar aos resultados, os médicos cruzaram os dados dos anos de 1990 a 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano e do Índice de Exclusão Social de cada estado, ambos fornecidos pelo IBGE, com o Índice de Mortalidade por Câncer de Mama disponibilizado pelo DATASUS. “Este é o primeiro estudo feito neste formato e irá ajudar a todos os profissionais de saúde que lidam com a doença a entender as necessidades sobre informação adequada para as mulheres bem como a lutarem pela inclusão social na tentativa de reduzir o número de casos avançados, reduzindo dessa forma a mortalidade”, explica Dr. Ruffo.

 

Segundo ele, o estudo também concluiu que as taxas de mortalidade aumentaram nos estados onde há alto índice de exclusão humana e social e baixo índice de desenvolvimento humano, como é o caso de Rondônia, Tocantins, Santa Catarina, Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe, Ceará. Já nos estados onde o índice de desenvolvimento humano é alto e a exclusão social é baixa, as taxas diminuíram, como nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

 

O estudo mostrou, ainda, que o maior número de mortes ocorre nas mulheres acima dos 70 anos, e que houve um aumento estatisticamente significativo de 0,7% na mortalidade das mulheres entre 20 e 49 anos, e de 0,4% nas mulheres entre 50 e 69 anos. No Sul e Sudeste, as taxas de mortalidade são de 6,6 por 100 mil pessoas enquanto que no Norte e Nordeste são 14 por 100 mil.

 

Com a celebração do Outubro Rosa, a Sociedade Brasileira de Mastologia alerta para o número de mulheres que não fazem o exame de mamografia no Brasil. A procura melhorou em relação ao ano passado, mas o país ainda não atingiu os 70%, meta recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

Hoje, há mamógrafos suficientes no país, no entanto eles são mal distribuídos – a maioria está nas grandes cidades e capitais, deixando boa parte da população do interior e de pequenas cidades descoberta, com impossibilidade de fazer o exame de maneira rápida. Segundo o presidente da SBM, Dr. Ruffo de Freitas Junior, a mamografia é o único exame que pode reduzir a mortalidade por câncer de mama e que muitas mulheres têm medo de fazê-lo por medo da dor ou de encontrar um câncer. “Recomendamos que o exame seja feito a partir dos 40 anos, anualmente. A mulher precisa ser estimulada para essa rotina”, afirma ele.

 

Dr. Ruffo informa que alguns dados indicam que a mortalidade por câncer de mama está aumentando no interior de vários estados, diferentemente das capitais. Em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife a mortalidade começa a cair. Já no interior, há falta de mamógrafos e de estrutura. “A mortalidade por câncer de mama é crescente e os números mostram essa diferença entre as grandes cidades e os pequenos centros”, completa.

 

 

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