Publicado em
24/08/2015
às 22:39
O parlamento rialmense vive um ano bastante tumultuado com denúncias de quebra de decoro parlamentar, improbidade administrativa, supostas extorsões e até ameaças. Todas essas denúncias pesam contra os próprios vereadores.
Na sessão ordinária da quarta-feira (19), por cinco votos favoráveis e dois contrários, foi aprovada a instauração de uma CPI (a terceira este ano) que investigará suposto esquema de repasse de parte do salário da hoje suplente Aparecida Ribeiro (Cida - PSDB) para Rodrigo do Café (DEM), que na semana passada ocupava o cargo de Secretário de Educação da cidade.
Cida é a primeira suplente de vereadora e passou a ocupar a cadeira da câmara em dezembro de 2014, quando o titular, Rodrigo do Café assumiu a pasta da Educação. Segundo ela, a partir do mês de fevereiro começou a receber ameaças e ser coagida a devolver parte do seu salário (R$ 1.200,00) mensalmente ao vereador licenciado. No período de oito meses que esteve na Câmara, Cida teria feito pelo menos cinco repasses para Rodrigo, “com o intuito de obter provas documentadas”.
Ainda de acordo com a vereadora, “Rodrigo do Café disse que esse era um sistema normal e corriqueiro exercido na câmara, ou seja, todo vereador suplente devolvia parte do seu salário para o titular”.
Após ser lida na tribuna da câmara a denúncia feita por Cida foi colocada em pauta e aprovada a implantação da CPI. Votaram favoráveis os vereadores Edson Rodrigues, Henia Alves, Jusleide Neris Rodrigues, Anivaldo Quirino e Paulinelly Carneiro. Contra a abertura da CPI, votaram Meire Matias e Carlos Henrique de Mendonça Artiaga (Caíque).
Logo em seguida foram sorteados os integrantes da Comissão que ficou formada com a vereadora Henia Alves (presidente), Jusleide Neris Rodrigues (relatora) e Edson Rodrigues (membro). A CPI terá o papel de avaliar se houve quebra do decoro parlamentar. Rodrigo terá prazo de dez dias para apresentar defesa contra todas as acusações.
Na quarta-feira (dia 12), quando a suplente de vereadora Cida, fez a denúncia no plenário da Câmara, os vereadores se sensibilizaram com a postura e coragem da colega e manifestaram apoio incondicional a Cida ao revelar o suposto esquema de repasse de parte do salário a Rodrigo do Café.
Já na sessão que aprovou a abertura da CPI, os mesmos vereadores mudaram os discursos e declararam apoio total a Rodrigo do Café. Até a expressão de que a “Câmara não tem moral para cassar vereador algum” foi usada na tribuna.
Em poucas palavras na tribuna da Câmara e se recusando a falar com a imprensa, Rodrigo se limitou a rogar a Deus e disse que tudo passou de uma armação e que a verdade virá à tona.
A comissão tem 90 dias para apurar as denúncias e o vereador Rodrigo tem 10 dias para apresentar a defesa.
Ainda conforme o regimento da Câmara, se as denúncias procederem e se ficar comprovado que ouve realmente quebra de decoro por parte do vereador, ele poderá ter o mandato cassado. Ao final do processo de investigação da CPI, o relatório será apresentado e caberá aos vereadores votarem favoráveis ou contrários à denúncia.
Além de enfrentar a CPI na Câmara, Rodrigo terá de provar inocência também no Ministério Público e na Polícia Civil, uma vez que a suplente de vereadora também denunciou o suposto esquema de extorsão e chantagem nos dois órgãos.
Escrito por Juvenal Junior
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