Delegado do Meio Ambiente de Goiás Luziano esteve em Ceres e fala ao JP

Publicado em 28/06/2015 às 23:30

O Delegado Titular

Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Severino de Carvalho, esteve na cidade de Ceres batendo uma bolinha e relembrando os velhos tempos no estádio Centro Olímpico.

Luziano foi Delegado Regional por três anos em Ceres, nos anos (80) e no próximo ano (2016) completa exatos 30 anos.

Ele que conheceu na época o time do Nardo, onde iniciou uma amizade que perdura até os dias de hoje.

Para Luziano é extremamente gratificante rever os amigos “e sentir que a minha presença está fazendo bem, haja vista que a gente sente isso no semblante de cada um”. Disse.

Luciano disse que ainda jovem, naquela época aprendeu muito na cidade de ceres.

Luziano também falou sobre o combate à corrupção, e como um homem da lei, ressaltou sobre o tratamento ao ser humano, tratar todo mundo com igualdade, tanto o rico, quanto o pobre e combater o pior crime que é a corrupção.

Na questão da área ambiental, ele disse que o pior crime é o desmatamento, segundo ele tem feito isso, combatido e buscando realizar uma polícia ambiental diferente e modelo para o Brasil.

Comentou também sobre a recuperação dos recursos hídricos no centro oeste, pois se acabar a água no estado de Goiás, acaba a água no brasil.

O delegado falou da importância do envolvimento de empresas privadas, o poder público e toda a sociedade em proteger o meio ambiente, no momento segundo ele a situação é extremamente grave, de um risco real de piorar ainda mais.

A questão ambiental no princípio mais sagrado que tem, é o da prevenção, é preciso de enxergar o hoje, e olhar para o amanhã, “e a gente temos que fazer o meio ambiente, para a atual e futuras gerações”.

Luziano destaca que no meio ambiente é tudo muito bonito, mas há muito discurso, e é, preciso de ter muita ação, praticidade, colocar realmente a mão na massa, não dá mais tempo de errar.

O delegado comentou sobre os danos mais graves ambientais, que foi o desmatamento dos divisores de água, das nascentes, das matas ciliares, rios, isso agora segundo ele, é que irá sentir o reflexo, as consequências estão chegando, de onde apenas tira e não repõe, acaba.

Ele disse que hoje se busca água no subterrâneo, e isso é um risco muito grande, a água de chuva não pode fugir, ela tem que infiltrar e ela não está infiltrando, e falou sobre os poços artesianos que são muitos.

Ele citou também sobre as bacias do Rio Araguaia, os reservatórios naturais que são lagos, que são cobertos por APPs, segundo ele essas áreas foram desmatadas, lagos estes que eram berçários de peixes, hoje possui capim e boi.

Esses lagos que segundo Luziano, servem para alimentar o Rio Araguaia ao longo do tempo, a uma conexão de um lago a outro até chegar no Araguaia, e com o desmatamento vai secando muito rápido, o que havia no passado, não tem mais hoje, porque houve uma compactação, então é um dano irreversível.

“Não é pra causar nenhum temor à população, mas é preciso ser muito sincero, aquilo que você vê, aquilo que é tecnicamente, cientificamente comprovado, onde foi feito pesquisa que a 40 anos atrás, que as pessoas pegavam pirarucu nas costas, de uma conexão de um lago para o outro, hoje está totalmente seco, ou seja, não tem mais peixe”.

Luciano também fala sobre as grandes erosões, a falta de manejo adequado do solo faz com que haja um carregamento no solo para o Araguaia que vai açoriano, então a situação é grave e disse que a cada ano que acompanha o Araguaia, a situação piora. Quantas pastagens degradadas, é preciso de recuperarem as mesmas. Disse.

O delegado relata que é preciso de uma reflexão, e disse que há muita ganância, ignorância e que é necessário mudar esse comportamento.

“É preciso repensar o lado econômico e ver o lado ambiental, tem que haver essa compatibilização e respeito ao meio ambiente, isso que se chama de sustentabilidade”.

Ele comenta que defender a água, não é questão de filosofia, de romantismo, é uma questão de sobrevivência dos animais de todas as espécies, é uma questão de vida. Para Luziano, o Rio Araguaia é um patrimônio, uma riqueza de Goiás de uso coletivo.

O delegado citou também os grandes produtores rurais, os grandes proprietários de terra que os mesmos já estão se preocupando com as nascentes, isolando esses reservatórios.

O delegado finalizou dizendo acreditar que em um prazo recorde as questões ambientais deve melhorar no estado de goiás.