Quinta-feira, 28 de Março

Um Novo Tempo!

Publicado em 16/01/2015 às 11:42

Estamos em 15 de janeiro de 2015. Novo ano, novo mandato, novo ministro da fazenda e ao que tudo indica nova política econômica. O tripé de sustentação da economia do país, pós plano real, parece que vai voltar. Superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante. Mas este tripé não havia sido abandonado. É o que parece, mas ocorre que a leniência com a inflação, ao deixar de perseguir o centro da meta e optar pelo extremo dela e ao mesmo tempo, para conseguir o superávit primário, passou-se a utilizar de um esqueleto chamado de “contabilidade criativa” para converter déficit em superávit, aliado a uma política de incentivo ao consumo, especialmente utilizando da desoneração tributária de algumas linhas de produtos duráveis, inclusive automóveis, fez com que o monstro da inflação voltasse a ameaçar. Não fosse a postergação dos reajustes da energia e dos combustíveis a inflação tinha estourado. O fato é que o governo gastou mais do que arrecadou nesse primeiro mandato da nossa Presidente. E o país parou de crescer. O crescimento econômico que deveria se sustentar em torno de dois e meio por cento, poderá ficar abaixo de meio por cento em 2014, o IBGE ainda não fechou a conta para divulgar o número definitivo, aguardemos.

 

 

Inflação na economia quer dizer alta geral dos preços. A inflação na economia de uma nação traz efeitos negativos em todos os aspectos. Imaginemos alguns: Na microeconomia quem mais sofre é o assalariado. Em um regime de inflação o sofrimento de quem recebe sua renda somente uma vez no mês é imenso, pois ao refazer o estoque de sua despensa a cada mês o trabalhador se vê na obrigação de comprar menos itens ou menos quantidades de cada item. As pequenas empresas da mesma forma padecem, pois sempre terão dificuldades em renovar seus estoques e o crédito bancário vai para as alturas, impossibilitando uma recomposição de caixa para enfrentar a concorrência do mercado.

 

 

Na macroeconomia, onde se inclui as grandes corporações, empresas de grande porte, trustes, cartéis e o próprio governo, a coisa é diferente. Estes conseguem sobreviver e navegam, de certa forma sem maiores dificuldades, ditando os seus preços e aumentando impostos.

 

Quando ao país os desgastes são enormes, a desmoralização da moeda é um fator de perda de credibilidade da economia de um país. Dizer que a moeda é efêmera, como disse o ex-presidente José Sarney, quando a inflação em seu governo batia a casa dos quarenta por cento ao mês, é não entender que a moeda tem que ser motivo de orgulho da nação e não de chacota. O país perde credibilidade externa, o governo internamente fica desacreditado e a população sofre com o aumento vertiginoso da pobreza. Os cinco anos do governo Sarney são muito mais lembrados pelos altos índices de inflação do que por qualquer outro feito, até mesmo a transição democrática que ele soube muito bem concluir com a eleição de seu substituto pelo voto direto.

 

 

Neste segundo mandato da presidente Dilma os sinais iniciais agradam. O novo ministro da Fazenda Joaquim Levy já sinalizou que vai segurar os gastos do governo e buscar um superávit em torno de um e meio por cento do PIB – Produto Interno Bruto, que venha ser a soma de tudo que o País produz. Ao propor isto significa que haverá um controle rígido dos gastos do governo, a eliminação de subsídios e das famigeradas desonerações, cortes de algumas linhas de benefícios sociais, como já anunciado nas pensões do INSS e no seguro desemprego e finalmente aumento de impostos. O Superávit Primário é o resultado do que o governo arrecada e os gastos desse mesmo governo, ou seja, tem que gastar menos do que arrecada. O déficit é o contrário, gasta-se mais do que arrecada, o resultado deste último é aumento da dívida pública, mais inflação e alta das taxas de juros. Estamos em um tempo novo? Fiquemos por aqui! Jonas Borges.

 

Jonas Borges: Economista

Comentários


Os comentários não expressam a opinião do Jornal Populacional e são de exclusiva responsabilidade do autor.

Encontre mais notícias relacionadas a: Economia,

Veja Também